11.28.2014

Casa histórica desaparece aos poucos em Novo Hamburgo (RS)



              O bairro Rio Branco, próximo ao centro da cidade de Novo Hamburgo, já foi conhecido pela alcunha de “mistura”, por congregar moradores de diferentes etnias e credos. Mas os remanescentes históricos desta pluralidade cultural  estão cada vez mais escassos.

              Um dos exemplares representativos dos antigos moradores teuto-brasileiros – situado em ponto privilegiado, na esquina da rua Marcílio Dias com a rua 25 de Julho – tornou-se simbólico deste processo de perda.  Anteriormente residência da família Schmidt, a casa que antes apresentava estado de conservação impecável chama a atenção dos transeuntes pelo gradual processo de degradação. 

 Aspecto da casa em 2007.

              “Foi solicitada demolição da casa junto a Comissão de Patrimônio, e a autorização foi recusada. Pouco depois a casa apareceu com o telhado danificado. Aí vieram uma série de pichações bastante estranhas. Até que, para a surpresa de todos, a casa começou a desabar.” - comenta Alexandre Reis, artista plástico e delegado regional da oscip Defender.
              A suspeita era amplamenta difundida à boca pequena pela cidade: a casa seria destruída no final de semana. “Avisamos Prefeitura Municipal e Ministério Público. A suspeita praticamente se concretizou: a casa amanheceu no dia 10 de setembro de 2013 com boa parte do seu frontão derrubado.” descreve Jorge Luís. Três dias antes, uma postagem na página do Coletivo Consciência Coletiva registrava a edificação ainda íntegra.


Setembro/2013

              Em seguida, na tarde chuvosa do dia 21 de setembro de 2013, alguns transeuntes se depararam uma cena inusitada: as telhas da casa “voavam sozinhas”, arremessadas de dentro pra fora.  Era a demolição, iniciada algumas semanas antes, que embora embargada pela Prefeitura continuava informalmente.

              Convocada pela Defender, a Brigada Militar esteve no local, onde um morador de rua foi flagrado no ato. Este declarou estar autorizado pelo proprietário, de quem sabia o nome. Foi lavrado um Boletim de Ocorrência e encaminhado o caso ao Ministério Público, que abriu um Inquérito Civil.

              Mais de um ano depois, e após mais um incêndio criminoso que destruiu o que restava de tehado, os integrantes da Defender foram surpreendidos com a notificação de arquivamento deste Inquérito. “O Ministério Público vale-se de um laudo de um engenheiro da Defesa Civil, que diz que o prédio tem risco de desabamento, e justifica não ter o que investigar. Ninguém duvida deste risco, a questão não é esta, mas o que se deve fazer para impedí-lo de desabar. Fingir que nada de errado está acontecendo é abrir um precedente terrível para o desmonte do que sobrou na cidade” comenta o acadêmico de arquitetura Jorge Luís Stocker Jr. “Um bem cultural não pode ser tratado como uma casa qualquer.” complementa. 

07/11/2014

              Apesar do arquivamento do Inquérito Civil promovido pelo Ministério Público, segue correndo uma ação judicial entre município e proprietário, uma vez que a edificação é inventariada como patrimônio cultural do município e, portanto, resguardada pela Constituição Federal. Conforme Alexandre, os representantes da Defender pretendem recorrer do arquivamento junto ao Conselho Superior do Ministério Público: “não podemos aceitar esta omissão do órgão que tem a missão de fiscalizar o cumprimento da lei”, comenta. Enquanto as expectativas de um desfecho são cada vez mais difíceis, a casa segue em acelerada degradação.

               Integrantes do Coletivo Consciência Coletiva e da oscip Defender realizaram recentemente um ato público no local (07/11), chamando atenção para a perda deste referencial cultural da cidade. Para Jorge, a experiência e positiva: “Teve um senhor que nos chamou de desocupados, mas a comunidade no geral apoia, pára pra conversar, faz sinal de positivo. Tentamos difundir o entendimento de que a cidade inteira tem patrimônio, não apenas o centro histórico.”, comenta.

11.27.2014

Na mídia: Projeto Soma Cultural acontece na sexta (Jornal Canudos)

Jornal Canudos Edição 375
Acesse na íntegra.

4º SOMA Cultural - Identidade de Gênero e Sexualidade


Na última sexta-feira (21/11) foi realizada mais uma edição do Soma Cultural.

O tema discutido foi Identidade de Gênero e Sexualidade, a partir da projeção de parte do filme "Desejo Proibido (If These Walls Could Talk 2)".

O debate foi mediado pela jornalista e doutoranda em Comunicação e Informação pela UFRGS Pâmela Stocker.


11.20.2014

Convite: 4º SOMA Cultural - Identidade de Gênero e Sexualidade

O encontro SOMA CULTURAL desta sexta-feira abordará o tema
«identidade de gênero e sexualidade», com projeção da primeira história
do filme Desejo Proibido (If These Walls Could Talk 2).

O debate será mediado pela Jornalista, mestre e doutoranda
em comunicação e informação pela UFRGS Pâmela Stocker.
CONFIRME SUA PRESENÇA:https://www.facebook.com/events/855804084453899/

11.13.2014

Ato público em frente a Casa Schmidt (07.11.2014)

     Integrantes do Coletivo Consciência Coletiva e da oscip Defender realizaram recentemente um ato público em frente ao imóvel conhecido como Casa Schmidt no dia 07/11, chamando atenção para a perda deste referencial cultural da cidade.

 Com cartazes da campanha "SOS Patrimônio Cultural NH" e uma faixa "Novo Hamburgo: História Virando Entulho", os ativistas chamaram a atenção dos motoristas e pedestres para o imóvel, que desaparece aos poucos.

Mas informações sobre o caso podem ser lidas neste artigo.










Fotos: Maurício Montano


Foto: Jorge Luís Stocker Jr.

11.04.2014

3º Soma Cultural (31/10) - Gentrificação

Foto: Jorge Luís Stocker Jr.

A terceira edição do Soma Cultural (31/10) abordou a gentrificação das áreas urbanas e suas implicações no cotidiano da cidade e na população.

O debate ocorreu após a projeção do curta-metragem pernambucano "Em Trânsito".

Uma noite muito produtiva e com muita pluralidade de posicionamentos e reflexões!






Fotos: Maurício Montano